Incentivar a consciência ambiental desde cedo ajuda as crianças a aprenderem a importância de práticas sustentáveis no dia a dia
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Pesquisas recentes mostram que a maioria dos brasileiros acredita que a responsabilidade pela educação ambiental das crianças recai principalmente sobre as escolas. O estudo Educação ambiental para crianças, realizado pela Descarbonize Soluções, revela que 67% dos entrevistados apontam as instituições de ensino como as principais responsáveis pelo tema, enquanto 78% afirmam ter recebido algum tipo de educação ambiental durante a própria formação escolar.
Apesar dessa valorização do papel das escolas, a prática de discutir questões ambientais em casa ainda é limitada. Apenas 36% dos entrevistados afirmam conversar com as crianças sobre o tema pelo menos uma vez por semana, enquanto 32% o fazem de forma esporádica e 19%, raramente. Segundo os pesquisadores, esses dados evidenciam a necessidade de integrar esforços entre famílias e instituições de ensino, tornando a educação ambiental uma prática contínua capaz de estimular a consciência e hábitos sustentáveis desde a infância.
Nesse contexto, embora a maioria reconheça o papel central das escolas, há também a percepção de que a responsabilidade deve ser compartilhada entre pais, governos e sociedade. A escola introduz os conceitos, mas as crianças também aprendem observando o comportamento dos adultos ao seu redor.
A relevância da educação ambiental se intensifica à medida que o Brasil se prepara para sediar o maior encontro ambiental do planeta: em novembro, Belém receberá a COP30, reunindo representantes de diversos países para debater soluções frente à emergência climática. Apesar disso, os desafios nacionais permanecem: dados do Censo Escolar 2024, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), apontam que 34,2% das escolas brasileiras ainda não desenvolvem ações voltadas à educação ambiental.
Para superar esses desafios, é essencial que famílias e escolas atuem de forma integrada, criando espaços de diálogo com crianças e jovens sobre a importância de preservar o meio ambiente e sobre os impactos das ações humanas na natureza e no clima. A sociedade como um todo também precisa assumir seu papel, promovendo práticas cotidianas que reflitam cuidado ambiental e responsabilidade frente às mudanças climáticas.
Questões como redução do consumo de energia, uso consciente da água, reciclagem, consumo sustentável, mobilidade verde, reflorestamento, prevenção de incêndios florestais e limpeza de rios não devem se limitar ao ambiente escolar, mas estar presentes no dia a dia, permitindo que crianças e jovens compreendam na prática a relevância do que aprendem. Nesse sentido, a educação ambiental deve ser transversal e interdisciplinar, permeando todas as áreas do currículo e apoiando projetos existentes, ao mesmo tempo em que fortalece instituições que ainda enfrentam dificuldades para abordar o tema de forma consistente.
Assim, a educação ambiental deixa de ser apenas um conteúdo teórico e se torna uma prática contínua, capaz de formar cidadãos conscientes, responsáveis e engajados com a preservação do planeta.
Fontes: Correio Braziliense e Metrópoles.
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