A presença constante do celular pode sugar atenção e energia, mas também treina o autocontrole e amplia as formas de organizar a memória
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O uso do celular já faz parte da vida cotidiana, e seus efeitos sobre o cérebro são mais profundos do que imaginamos. Estudos recentes apontam que a simples presença do aparelho pode reduzir o foco e comprometer o desempenho em tarefas cognitivas. Notificações, alertas sonoros e vibrações funcionam como gatilhos de distração, levando a mente a dividir sua atenção e a gastar energia para resistir à tentação de checar a tela. Isso resulta em um cérebro constantemente “drenado”, menos disponível para processar informações de forma plena. A dependência do celular também impacta a memória, já que passamos a confiar no dispositivo para registrar dados que antes eram armazenados mentalmente.
Por outro lado, a tecnologia oferece benefícios inegáveis. Anotações digitais, lembretes e registros fotográficos funcionam como extensões da memória, liberando espaço para que possamos direcionar a atenção a outras atividades. Além disso, cada vez que resistimos ao impulso de acessar o celular, treinamos circuitos neurais ligados ao autocontrole, fortalecendo nossa capacidade de gerenciar hábitos. A forma como interpretamos esses efeitos também varia culturalmente: enquanto no Ocidente há a crença de que o cérebro possui limites rígidos, em culturas como a indiana é mais comum enxergar a mente como algo expansivo e flexível.
Essas descobertas mostram que os celulares não são apenas ferramentas externas, mas elementos que moldam diretamente nosso funcionamento cognitivo e social. Usá-los com consciência, estabelecendo limites claros e equilibrando momentos de conexão e desconexão, é essencial para preservar foco, memória e bem-estar mental.
Fonte: BBC News Brasil.
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