Monitorar o tempo de tela e incentivar brincadeiras, esportes e convivência familiar são estratégias essenciais para um desenvolvimento saudável na era digital
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O acesso a smartphones, tablets e outros dispositivos digitais tem crescido rapidamente entre crianças e adolescentes no Brasil, abrangendo diferentes contextos sociais e econômicos. Essa realidade, cada vez mais presente no cotidiano das famílias, escolas e comunidades, traz benefícios, como acesso à informação, conexão com outras pessoas e oportunidades de aprendizado. No entanto, especialistas e órgãos governamentais alertam para os riscos associados ao uso excessivo ou inadequado das telas, especialmente em fases críticas do desenvolvimento infantil e juvenil.
Segundo o guia Crianças, Adolescentes e Telas: Guia sobre Uso de Dispositivos Digitais, elaborado em parceria entre órgãos públicos, especialistas em Saúde e Educação e organizações sociais, o tempo diante das telas deve ser cuidadosamente monitorado. Pesquisas mostram que o uso intenso de dispositivos digitais está associado a atrasos no desenvolvimento da linguagem, dificuldades de aprendizado, problemas na socialização, sintomas de ansiedade, depressão e impulsividade. Do ponto de vista físico, o excesso de telas pode provocar má postura, sedentarismo, distúrbios de sono e até problemas de visão. Todos esses fatores, somados, impactam diretamente a saúde integral de crianças e adolescentes.
O guia traz recomendações práticas para famílias, escolas e cuidadores. Para crianças menores de 2 anos, o uso de telas deve ser evitado, exceto em situações específicas, como videochamadas com familiares. Já a posse de um smartphone próprio deve ser adiada, de preferência, até os 12 anos de idade, quando os jovens apresentam maior capacidade de compreender riscos e responsabilidades no ambiente digital. No caso dos adolescentes, o uso das redes sociais deve respeitar a classificação indicativa e ser acompanhado de supervisão parental ou escolar, garantindo um ambiente mais seguro de navegação.
Outro ponto importante destacado é o papel da tecnologia assistiva. Para crianças e adolescentes com deficiência, os dispositivos digitais podem se tornar ferramentas de inclusão, acessibilidade e autonomia, sendo recomendados em qualquer idade, desde que usados de forma orientada e saudável.
O guia também enfatiza a importância dos hábitos cotidianos na relação com as telas. Recomenda-se que os adultos deem exemplo, evitando o uso excessivo de celulares durante refeições, encontros familiares e momentos de convivência. Além disso, a exposição a dispositivos deve ser reduzida antes do sono, já que a luz emitida pelas telas prejudica a qualidade do descanso. É fundamental também incentivar brincadeiras presenciais, esportes, contato com a natureza e outras formas de interação que estimulem o corpo e a mente fora do ambiente digital.
Ferramentas de controle parental podem ajudar, mas a orientação familiar é insubstituível. Os pais e responsáveis devem acompanhar o conteúdo acessado, estabelecer combinados claros sobre horários e uso de dispositivos, e, principalmente, dialogar com crianças e adolescentes sobre os riscos da superexposição, a importância de cuidar da privacidade e os efeitos que o mundo digital pode ter sobre sua saúde física e emocional.
Em síntese, o uso de telas faz parte da vida contemporânea e pode ser positivo quando bem orientado. Porém, para garantir um desenvolvimento saudável, é essencial que famílias, educadores e gestores públicos estabeleçam limites e promovam uma relação equilibrada com a tecnologia. Assim, é possível proteger a saúde das novas gerações e, ao mesmo tempo, aproveitar o potencial dos recursos digitais para a educação, a comunicação e a inclusão.
Fonte: Secretaria de Comunicação Social.
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